Política

Esquerda foca em Braga Netto para vincular bolsonarismo ao caso Marielle

Com foco na figura do general Braga Netto, líderes do PT e do PSOL intensificaram já na tarde deste domingo os esforços para vincular o caso Marielle Franco ao bolsonarismo. Esse movimento já se desenhava desde a semana passada, como antecipou o CNN 360, e ganhou força após a operação que prendeu os três mentores do crime, os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa.

Neste domingo, a presidente do PSOL, Paula Coradi, disse à CNN que os desdobramentos do caso demonstram que o assassinato de Marielle foi um crime político. Segundo ela, é “nítido” que o governo Bolsonaro “agiu para que esse crime não fosse solucionado”.

“Nos surpreendeu o fato de esta pessoa, o Rivaldo Barbosa, ter sido escolhido um dia antes do assassinato, em um estado que estava sob intervenção federal com Braga Netto, que era interventor naquele momento, que posteriormente foi ministro do Bolsonaro e também posteriormente compôs a chapa presidencial com ele”, afirmou a dirigente.

Ainda na semana passada, líderes petistas próximos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmaram ao blog que enxergavam na solução no caso Marielle Franco um trunfo para o governo na Segurança Pública.

Na ocasião, aliados do presidente também ressaltaram que a solução do assassinato ajudaria a sustentar a tese de que o governo Bolsonaro “sentou sobre a investigação”. Na tarde de hoje, o líder do PT na Câmara, deputado Zeca Dirceu (PT-PR), reforçou a tese ao mencionar a citação a Braga Netto no relatório da Polícia Federal (PF).

Após a divulgação do relatório, a defesa de Braga Netto agiu para tentar descolar o general das investigações sobre o assassinato. O argumento apresentado pelos advogados do militar é que, na condição de interventor federal, o militar atuava como se fosse “meio governador”, contando com diversos secretários sob seu comando.

A defesa de Braga Netto diz que a indicação de Rivaldo Barbosa foi feita sob responsabilidade do então secretário de Segurança Pública da intervenção no Rio, general Richard Nunes, e que o fato de assinar a nomeação era apenas um ato burocrático.

Fonte: CNN Brasil

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