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Guerra em Israel aumenta casos de antissemitismo em universidades nos EUA

Depois de enfrentar uma pressão crescente durante meses, a presidente da Universidade da Pensilvânia (UPenn), Liz Magill, anunciou no sábado (9) que deixará o cargo .

No entanto, sua demissão por si só não combaterá o avanço dos incidentes de antissemitismo que se tornaram frequentes em algumas das universidades mais prestigiadas dos Estados Unidos.

Os episódios de antissemitismo atingiram novos patamares nos últimos meses, após os ataques terroristas de 7 de outubro perpetrados pelo Hamas em Israel e o subsequente ataque de Israel a Gaza.

Com a crescente tensão nos campi devido à guerra, as universidades buscam abordar questões relacionadas à liberdade de expressão, ao discurso de ódio e debate político, enquanto alunos, doadores e líderes empresariais criticam as autoridades universitárias pela aparente inação no combate ao antissemitismo nos campi.

Há a preocupação de que estudantes, professores e funcionários judeus se sintam em perigo em instituições em todo os EUA.

“Nas últimas semanas não me senti segura no campus”, disse Talia Kahn, estudante de pós-graduação do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, o MIT, no mês passado.

Autoridades governamentais e legisladores perceberam.

Desde os ataques terroristas de 7 de outubro, o Departamento de Educação abriu investigações em 14 faculdades e universidades em todo o país, incluindo na Harvard e UPenn, “por discriminação envolvendo ascendência compartilhada”, um termo genérico que abrange tanto a islamofobia como o antissemitismo.

Na semana passada, Magill e os seus homólogos da Universidade de Harvard e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts foram chamados para testemunhar em uma audiência perante o Comitê de Educação e Força de Trabalho da Câmara.

Magill, juntamente com Claudine Gay, da Universidade de Harvard, e Sally Kornbluth, do MIT, deram testemunhos amplamente criticados por não terem condenado explicitamente o holocausto e não defenderem políticas mais rígidas e códigos de combate ao assédio e ao bullying nos campi universitários.

Na sexta-feira (8), um grupo bipartidário de mais de 70 membros do Congresso enviou uma carta aos conselhos de administração da UPenn, Harvard e MIT exigindo a destituição de Magill, Gay e Kornbluth.

Desde então, Gay pediu desculpas por seus comentários em uma entrevista ao Harvard Crimson.

A saída de Magill, no sábado, foi seguida pela de Scott Bok, que era presidente do conselho de administração da UPenn.

No entanto, não está claro se o efeito dominó das demissões contribuirá para amenizar o desconforto de doadores irritados ou para resolver os incidentes de discriminação nos campi.

Fonte: CNN Brasil

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