Jejum do ABC, na Paraíba, já supera os 24 anos

Embora o treinador Evaristo Piza tenha afirmado que históricos e tabus existem para serem derrubados, o confronto entre Botafogo-PB e ABC, no Estádio Amigão, marcado para o próximo domingo (27), apresenta uma peculiaridade importante: muitos dos jovens abecedistas nunca viram o Alvinegro vencer o adversário na Paraíba. A última vitória fora de casa ocorreu em 25 de março de 2001, e, queira ou não, o fato de enfrentar um “jejum” de 24 anos adiciona mais um tipo de pressão ao grupo.
Além disso, a necessidade de conquistar a primeira vitória na Série C é crucial para que os potiguares não vejam os principais adversários se distanciar na luta por uma vaga no G-8, intensificando o clima de tensão nas quatro linhas.
“Eles têm uma defesa lenta. Vamos explorar isso com velocidade nas pontas”, destacou Piza, que espera transformar o empate “heroico” contra o CSA no último confronto em motivação para o novo desafio. A missão é clara: aproveitar o resultado no Frasqueirão para construir uma sequência sólida. Piza ainda pede apoio contínuo dos abecedistas, mesmo nos momentos de instabilidade: “A torcida do ABC é única. Quando ela empurra, a equipe cresce. Precisamos dela para virar situações difíceis”.
Durante a semana de trabalho, um dos focos será corrigir os problemas na transição entre defesa e ataque, que têm gerado dificuldades para a equipe. O gol sofrido no segundo tempo do último jogo, decorrente de um erro nesse aspecto, expôs fragilidades no setor. “Times da Série C punem qualquer vacilo. Precisamos ser mais organizados na recomposição”, analisou.
Quanto ao poder ofensivo, a preocupação é o número de chances desperdiçadas antes de marcar. Foi assim na estreia contra o São Bernardo e também no jogo contra o CSA, em Natal. Piza tem cobrado mais “frieza” nas decisões: “Precisamos transformar a posse de bola em gols. Não adianta dominar e não marcar”, frisou.
A gestão do vestiário é outro ponto fundamental. O comandante celebra a “indignação saudável” dos jogadores após o último empate, um sinal de que o conformismo do Estadual ficou para trás. “Houve cobrança interna, discussão construtiva. Ninguém aceita sair de casa sem vencer”. Esse ambiente, segundo ele, é o primeiro passo para formar uma equipe resiliente. O plano é encarar cada partida como uma final, definindo metas por ciclos. A primeira meta, de sete pontos em três rodadas, está ameaçada após dois empates, mas o treinador evita alarmismos: “Se não atingirmos, compensaremos no próximo bloco. O campeonato é uma maratona”.
Fonte: Tribuna do Norte