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Lula orienta PT a focar no Senado em 2026; estratégia no RN fortalece Fátima Bezerra e Walter Alves

Com a meta de conter um possível avanço bolsonarista no Senado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva orientou o PT a priorizar candidaturas fortes à Casa em 2026, em vez de disputar governos estaduais. No Rio Grande do Norte, a estratégia favorece diretamente a governadora Fátima Bezerra (PT), que desponta como o nome mais competitivo do partido para o Senado.

Fátima deve renunciar ao cargo em março de 2026, abrindo caminho para que o vice-governador Walter Alves (MDB) assuma e concorra à reeleição com o apoio do PT e do presidente Lula. A composição das chapas no RN pode ainda incluir o PSD, representado pela senadora Zenaide Maia, ou o presidente da Assembleia Legislativa, Ezequiel Ferreira (PSDB), como possíveis nomes para a segunda vaga ao Senado.

A preocupação de Lula vai além do RN. O Senado renovará dois terços de suas cadeiras em 2026, e o avanço de senadores de direita ou extrema-direita é considerado um risco à governabilidade em um possível segundo mandato do presidente. Segundo cálculos do Planalto, a base governista conta com 39 senadores, enquanto 29 estão alinhados à oposição, com 13 em situação instável.

No Norte e Centro-Oeste, a expectativa é de que essas regiões possam eleger até 22 senadores conservadores, fortalecendo o bolsonarismo. Para evitar esse quadro, Lula orientou o PT a lançar apenas candidatos com alta viabilidade eleitoral, reforçando alianças com siglas como PSD, MDB e Republicanos.

No RN, a força de Lula, possivelmente em busca da reeleição, pode impulsionar tanto Fátima quanto Walter. A governadora já tem um histórico de vitórias eleitorais expressivas, enquanto Walter Alves, duas vezes deputado federal e duas vezes deputado estadual, conta com o suporte do maior partido do Estado em número de prefeitos, vices e vereadores, fortalecendo uma eventual candidatura.

O Palácio do Planalto tem adotado a mesma lógica em outros estados. No Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta (Secom) deve disputar o Senado, enquanto Eduardo Paes (PSD) será apoiado ao governo do Rio de Janeiro. Em São Paulo, há especulações de que Geraldo Alckmin concorra ao Senado contra Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

A estratégia busca não apenas garantir a governabilidade, mas também impedir que o Senado, responsável por aprovar indicações-chave como embaixadores e membros de agências reguladoras, se torne um entrave para projetos do governo.

Com o reforço no RN e em outros estados estratégicos, Lula espera consolidar uma base no Senado que possa neutralizar a “avalanche” bolsonarista e garantir avanços legislativos e institucionais nos próximos anos.

Fonte: Agora RN

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