“O trabalho é feito com zelo e responsabilidade”, afirma novo executivo de futebol do ABC
O novo executivo de futebol do ABC, Agnello Gonçalves, foi apresentado oficialmente à imprensa e aos torcedores na quarta-feira (4), mas antes mesmo disso vem trabalhando em torno de 12 horas diárias para dar conta do tamanho do desafio que assumiu, ao aceitar o convite do presidente eleito, Eduardo Machado, para comandar o futebol alvinegro.
Apesar de enfrentar dificuldades dos mais diversos tipos na busca pelos profissionais desejados, ele acredita que dará para montar um elenco competitivo ao treinador Ney Franco, que uma de suas partidas mais importantes da temporada de 2025, logo no dia 4 ou 5 de janeiro, quando vai entrar em campo para realizar o primeiro jogo pela pré-Copa do Nordeste diante do Maracanã-CE, no estádio Frasqueirão. Veja o resumo dos planos que o profissional possui para o clube potiguar.
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Como você está lidando com a urgência nas contratações? Isso pode afetar a margem de erro planejada?
O futebol tem duas realidades: o ideal e o real. No momento, trabalhamos no real, e isso exige decisões rápidas. Precisamos montar uma equipe competitiva para os jogos de 5 e 8 de janeiro, mas sem comprometer a temporada inteira. Seria irresponsável contratar um grande número de jogadores apenas para o curto prazo. É essencial pensar no desenvolvimento institucional e esportivo do clube, evitando desperdícios e priorizando qualidade e planejamento.
Há um prazo para implementar sua visão? Como você avalia a estratégia de contratar jogadores experientes fora da “primeira prateleira”?
É um momento desafiador, pois jogadores de destaque estão de férias ou fora do país, o que limita o mercado. Nosso foco está no que é urgente e impactante. Trabalhamos em três frentes: aproveitar os profissionais que já estão no clube, melhorar a estrutura e administrar contratos, inclusive com a base, que pode gerar receitas futuras. Já fechamos algumas contratações, mas só as anunciaremos após exames médicos para evitar imprevistos.
Você chega ao ABC em um momento de transição, com o fim do processo eleitoral e a montagem do elenco para 2025. Como está o andamento dessa busca por reforços?
Em 25 anos no futebol, nunca presenciei uma transição tão bem conduzida. Parabenizo o ex-presidente Rui Barbosa e o presidente Eduardo Machado pela colaboração, que facilita esse momento. Estou ciente da responsabilidade de representar o ABC e comprometido em deixar o clube em um nível superior ao que assumo. Sobre contratações, considero esse um processo delicado e que exige responsabilidade, especialmente financeira. Não acredito em contratações por nome ou medalhões. O foco é formar um elenco competitivo, mas sustentável, considerando três pilares: resultado técnico, equilíbrio orçamentário e desenvolvimento de atletas em potencial. Buscamos jogadores no pico de performance (24 a 28 anos) e jovens talentos que possam trazer retorno esportivo e econômico ao clube.
Como você avalia a mentalidade vencedora e sua relação com o desempenho do time?
Mentalidade vencedora vai além do discurso. É saber lidar com pressão, derrotas e vitórias. Nosso objetivo é construir um ambiente com essa mentalidade, sem perder o foco em projetos de longo prazo. O clube precisa de vitórias para consolidar essa gestão, mas sem comprometer sua saúde financeira ou estrutural.
O que o torcedor pode esperar para os próximos passos?
Estamos no mercado, analisando perfis e negociando com cautela. As primeiras contratações serão anunciadas após os exames médicos. Quero tranquilizar a torcida: o trabalho é feito com zelo e responsabilidade. A montagem do elenco é pensada para equilibrar curto e longo prazo, respeitando a história e os objetivos do ABC.
Agnello, como você tem se adaptado ao orçamento mais enxuto do ABC em comparação ao Goiás, com mais poderio financeiro?
A adaptação passa por um trabalho estruturado, com foco no Departamento de Inteligência. Acredito que a gestão da informação e dados é crucial. Estou em contato constante com Eduardo e Ney Franco para rastrear e filtrar jogadores que caibam no orçamento e atendam às necessidades do clube. Busco três tipos de jogadores: A1 (prontos para entregar resultado técnico), A2 (que competem por posição) e AP (potenciais para desenvolver e vender).
Quais são suas estratégias para minimizar os erros nas contratações?
O processo é minucioso. Tenho feito de 80 a 100 ligações diárias, com ajuda de contatos e dados. Busco respeitar o perfil do torcedor e a ideia de jogo do Ney. Estamos alinhados sobre o que queremos para montar um time competitivo.
Você está por dentro da situação financeira do clube? O Ney Franco pode ajudar nas contratações?
A situação financeira está sendo ajustada pelo presidente Bira e Eduardo. Estamos buscando respeitar o orçamento dos últimos anos enquanto estruturamos esse novo. Sobre o Ney, ele é fundamental. Tenho conversado com ele frequentemente sobre o andamento das contratações, que enfrentam forte concorrência, principalmente porque a Série C deste ano será altamente competitiva, com equipes de peso na disputa. O trabalho com Ney é intenso, e ele tem grande importância no relacionamento com os jogadores e na definição do nosso projeto esportivo.
Fonte Tribuna do Norte