Saúde

Hospitalização Domiciliar: modelo inovador revoluciona o setor de saúde

No Brasil, grande parte dos cuidados voltados aos pacientes crônicos ou aqueles que estão em reabilitação são realizados em domicílio, através da Atenção Domiciliar (AD), também conhecida como Home Care, uma modalidade de atendimento que vem crescendo exponencialmente no país nas últimas décadas.

Essa tendência é confirmada pelo Censo NEAD-FIPE, levantamento encomendado pelo Núcleo Nacional das Empresas de Serviços de Atenção Domiciliar (NEAD) e realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Se em 2019 o estudo revelou que cerca de 300 mil pacientes foram atendidos em domicílio naquele ano, em 2022 apontou para o atendimento de 346 mil pacientes, um aumento significativo.

Pioneira em Atenção Domiciliar no país, há quase 30 anos a Home Doctor atende pacientes em casa. Ao longo desse período, no entanto, a empresa vem revendo seus modelos para oferecer soluções cada vez mais alinhadas às necessidades atuais.

“A transição demográfica e o envelhecimento populacional têm impactado o sistema de saúde. Com a população vivendo mais, no futuro próximo tanto os pacientes quanto seus cuidadores serão idosos e será necessário contar com uma estrutura maior, levar o cuidado para fora do hospital e para dentro de casa”, explica Dr. Cláudio Flauzino, médico e diretor executivo da Home Doctor.

Hospitalização Domiciliar: tecnologia de ponta a favor do paciente

Sempre buscando desenvolver tecnologias inovadoras, que permitam que cada vez mais pacientes possam ser tratados em casa, e com segurança, a Home Doctor lançou, recentemente, um novo modelo de atendimento: a Hospitalização Domiciliar. “Durante a pandemia o tratamento em casa ganhou força e surgiram tecnologias que até então não existiam, enquanto outras foram aprimoradas. Por exemplo, o monitoramento remoto de ventilador mecânico, pouquíssimo utilizado, hoje é utilizado em escala maior. As teleconsultas também evoluíram muito, surgiram novas plataformas para agendamento e prontuários eletrônicos, entre outras melhorias. Outro aspecto impactado pela Covid-19 foi a falta e o consequente encarecimento dos insumos e a valorização dos médicos e demais profissionais de saúde. Tudo isso nos levou a um aumento dos custos e nos obrigou a sermos mais eficientes. E uma das válvulas de escape para essa cobrança de eficiência é a tecnologia”, explica Flauzino.

Nesse cenário, a Home Doctor revisitou seus quase 30 anos de atuação no atendimento domiciliar e questionou os pontos de melhoria. “Enxergamos as consequências positivas da pandemia como oportunidades e estudamos os modelos que funcionam em outros países. Realizamos dois estudos: uma revisão sistemática de literatura, para entender o que vinha sendo feito lá fora, em países desenvolvidos como Austrália, Inglaterra, França e Estados Unidos. Identificamos que enquanto no Brasil usamos mais a presença de profissionais em casa, lá eles são substituídos por tecnologia, sempre que possível. Outro diferencial é que eles treinam os cuidadores e familiares para que possam atuar de forma mais efetiva no cuidado do paciente. A partir dessas constatações idealizamos um modelo teórico. Selecionamos uma amostra de 920 pacientes da Home Doctor e fizemos uma simulação para entender o percentual que poderia ser atendido dentro da hospitalização domiciliar. O resultado foi que 70% dessa população estudada poderia ser atendida no modelo, com ganhos de segurança, qualidade e tecnologia”, diz o médico.

Um modelo mais sustentável

Flauzino lembra que há 30 anos não havia tecnologia, não havia monitoramento remoto, o profissional de saúde permanecia na casa do paciente durante todo o tempo, muitas vezes se mantendo ocupado por apenas 2 ou 3 horas. “No restante do dia muitas vezes não havia necessidade de sua presença. Esse modelo não é sustentável”, destaca Flauzino.

Já a Hospitalização Domiciliar, inovadora, incorpora a tecnologia para o monitoramento em tempo real, durante 24 horas por dia, do paciente tratado em casa. Assim como acontece em todos os serviços prestados pela Home Doctor, é criado um plano individual, especificamente para aquele paciente, e os familiares e cuidadores recebem treinamento para participar ativamente e saber o que fazer em situações de emergência, como a queda da saturação ou alguma outra intercorrência.

“Em paralelo, nós monitoramos, à distância, todos os sinais vitais. Se tem ventilação mecânica, controlamos o ventilador. Através da nossa central de comando estamos o tempo todo com a atenção integralmente voltada ao paciente, acompanhando dados como a frequência com que a temperatura está sendo medida e os medicamentos são administrados. E, caso ocorra alguma alteração de muita criticidade e o alarme dispare, imediatamente o atendimento de emergência é acionado, há um protocolo para isso. Pode ser uma ambulância, um enfermeiro, depende do grau de gravidade”, diz o diretor executivo da Home Doctor.

Outro ponto importante da Hospitalização Domiciliar é a oferta de uma estrutura mais eficiente. “O atendimento é pautado na participação dos profissionais que entendemos serem os mais capacitados da cadeia. Disponibilizamos médicos e enfermeiros especializados, e com maior frequência, pois entendemos que esses são os pilares para um atendimento clínico. Quando necessário, atuam, também, fonoaudiólogos, nutricionistas, psicólogos e fisioterapeutas. Já o técnico de enfermagem vai à residência apenas nos momentos em que realmente é necessário, por exemplo para troca de curativos, administração de medicações intravenosas e procedimentos de higiene. Não há a necessidade de turnos de plantão, pois o paciente fica sob atenção do cuidador e de familiares treinados e é monitorado de forma remota, através da tecnologia”, destaca a médica Heloisa Gaspar, Superintendente Clínica da Home Doctor.

Dessa forma, o modelo se mostra seguro e eficiente para atender pacientes nas mais diversas condições: quadros crônicos, como doenças respiratórias ou neurológicas, em que há necessidade de equipamento de ventilação contínua ou intermitente; crianças que tenham passado por intercorrência perinatal e, eventualmente, apresentem alguma condição pulmonar, cardiológica ou neurológica crônica e precisem de atenção especial para ganhar peso, controle de crise convulsiva ou suporte respiratório. “Estas questões podem perdurar por meses até que ela ganhe alguma melhora e independência. E sem dúvida as crianças se desenvolvem melhor em casa, com o engajamento e participação da família. Outros pacientes com situações agudas, como por exemplo no pós-operatório ou trauma, também podem se beneficiar com a hospitalização domiciliar, que oferece benefícios como o menor risco de infecção e outros eventos adversos, humanização no tratamento, integração do paciente ao ambiente domiciliar e maior engajamento dos familiares e cuidadores. Tudo isso aliado à segurança, ao monitoramento em tempo real e ao acompanhamento de profissionais especializados”, destaca a médica.

Capacitação para o Atendimento Domiciliar

Segundo Heloísa, a qualificação técnica dos profissionais de saúde tem se mostrado um desafio importante. “Assim como acontece nos hospitais, no atendimento domiciliar existe um gap de capacitação profissional, uma carência de treinamento especializado”, ela explica.

Por isso, em 2017 a empresa criou o Instituto Home Doctor de Ensino e Pesquisa. “De forma bem estruturada fornecemos capacitação tanto para os nossos profissionais como para de outras instituições. Contamos com uma plataforma de ensino a distância, oferecemos treinamentos presenciais, inclusive com simulação em manequins, e temos 4 centros de simulação realística, nas nossas unidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Salvador. Além disso, realizamos eventos periodicamente, como o Fórum Científico Internacional de Atenção Domiciliar, realizado em 2022 e 2023, voltado a todo o mercado”, explica a médica.

Lançado em agosto, o modelo de Hospitalização Domiciliar é oferecido apenas pela Home Doctor, e através de um sistema piloto feito com 5 planos de saúde. “É algo novo, atendemos de 2 a 3 pacientes por mês, tanto adultos quanto pediátricos. Mas os resultados têm sido muito bons, já percebemos o potencial de crescimento”, conclui Heloísa.

Fonte: CNN Brasil

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