Economia

Décimo terceiro: é melhor pagar dívidas ou investir?

O fim do ano se aproxima, e com ele, a expectativa pelo décimo terceiro salário, um extra muito aguardado por trabalhadores formais brasileiros. Criado pela Lei 4.090/62, o 13º é um direito dos trabalhadores e corresponde ao valor de um salário mensal, geralmente pago em duas parcelas: a primeira até 30 de novembro e a segunda até 20 de dezembro. Além dos trabalhadores, aposentados e pensionistas do INSS também recebem o benefício. A questão, no entanto, é como aproveitar ao máximo esse recurso para trazer segurança financeira e, quem sabe, traçar planos para começar 2025 com o pé direito.

Segundo o economista Robespierre do O’Procópio, o primeiro passo para quem deseja usar bem o 13º é montar um orçamento detalhado. “É importante separar o que será usado para presentes, para amigos e familiares, até porque é época de fim de ano, de Black Friday, mas também é essencial que as pessoas analisem os contratos de financiamento, cheque especial e empréstimos consignados, que geralmente têm taxas de juros elevadas. Esse dinheiro extra pode ser uma ótima oportunidade para quitar esses débitos”, orienta.

Ele também alerta sobre o uso antecipado do 13º oferecido por muitos bancos, o que pode comprometer o valor disponível no final do ano. Para quem não adiantou o 13º, ele recomenda priorizar a quitação de dívidas com altas taxas de juros. “É essencial que o trabalhador olhe para seu orçamento e verifique quais despesas ou empréstimos podem ser quitados de uma vez só, especialmente aqueles com juros que pesam no bolso todos os meses”, acrescenta O’Procópio.

Para Robespierre do O’Procópio, o principal segredo para fazer o 13º salário render é o planejamento financeiro. Ele reforça a importância de adotar uma postura consciente diante das finanças pessoais: “Dinheiro é fácil de gastar e difícil de ganhar. Ao planejar cada centavo, o trabalhador está fazendo o dinheiro trabalhar para ele. A organização financeira permite ao trabalhador usar o 13º para estabilidade econômica, investimentos seguros e até a realização de sonhos, sem precisar comprometer sua renda mensal”, diz.

Veja a seguir dicas para usar o décimo terceiro salário:

Quitar dívidas em atraso
Especialistas em finanças concordam que a quitação de dívidas com o 13º salário é a decisão mais prudente para quem deseja começar o ano de 2025 sem pendências. Dívidas em atraso, como cheque especial ou cartões de crédito, que possuem juros muito elevados, devem ser priorizadas. Plataformas como Serasa Limpa Nome oferecem a possibilidade de renegociar dívidas com até 90% de desconto, o que pode ser uma boa oportunidade para quem está com a vida financeira apertada. Esse cuidado reduz os juros futuros e dá ao trabalhador a chance de retomar o controle de suas finanças.

Planejar despesas de início de ano
Janeiro é conhecido por ser um mês financeiramente exigente. A lista de despesas sazonais é grande: IPTU, IPVA, matrícula escolar, compra de material didático e eventuais problemas domésticos. Reservar parte do 13º para essas obrigações é uma estratégia inteligente para quem quer começar o ano sem dores de cabeça. “Se essas despesas forem previstas com antecedência, é possível evitar financiamentos e parcelamentos a juros altos no começo do ano,” alerta o economista Robespierre.

Gastos de fim de anocom moderação
Festividades, presentes, festas de fim de ano, confraternizações, black friday e até viagens fazem parte das metas de consumo de muitos potiguares. Mas é essencial lembrar que o 13º salário não deve ser inteiramente dedicado a esses gastos. Robespierre sugere cautela e planejamento com esses desembolsos. “Estabeleça um valor máximo para cada despesa e organize as finanças para não ultrapassar o valor do benefício. O ideal é fazer as compras de forma consciente, evitando desperdícios e dívidas desnecessárias”, diz o economista.

Reservar um fundo de emergência
Para quem já quitou as dívidas, utilizar o 13º para criar ou fortalecer uma reserva de emergência pode ser a melhor aplicação. Esse fundo deve ser usado exclusivamente para gastos inesperados, como problemas de saúde, consertos de carro ou emergências familiares. Ter uma reserva de emergência proporciona segurança financeira e evita o uso de créditos com juros elevados. “A tranquilidade financeira é um dos melhores investimentos que alguém pode fazer,” orienta O’Procópio.

Investimentos de curto ou médio prazo
Se as finanças estão organizadas e a reserva de emergência já existe, investir o 13º salário pode ser uma boa escolha. Aplicações como Tesouro Direto, LCI e LCA (títulos de renda fixa) são recomendadas por O’Procópio, especialmente para quem quer evitar impostos ou precisa de liquidez. “Se a pessoa quer manter o dinheiro acessível, a poupança é uma opção. Não tem o melhor rendimento, mas é prática e segura,” acrescenta o economista.

Fonte Tribuna do Norte

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