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RN se consolida como 4º estado com maior geração própria no Nordeste

O Rio Grande do Norte vive um dos maiores números de geração de energia renovável neste ano. De acordo com dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o Estado tem registrado mais de 65 mil conexões operacionais, com o total de 632,7 megawatts (MW) de potência, se consolidando como o 4º maior do Nordeste em geração própria. Base histórica da Associação Potiguar de Energias Renováveis (Aper) aponta que de janeiro até abril deste ano pelo menos 7.918 novos sistemas residenciais foram conectados no RN, com uma potência de 47.822 MW.


No geral, considerando sistemas em residências e empresas 5.336 usinas foram conectadas no RN à rede elétrica da distribuidora de energia durante os quatro primeiros meses de 2023. No mesmo período de 2024 foram 8.916, ou seja, um incremento de 67%.

Para além de prédios comerciais, a geração de energia solar vem tomando espaço em residências que buscam desafogar as contas a longo prazo, com a economia podendo chegar a 95%. Desde 2012, a modalidade já atraiu mais de R$ 3,1 bilhões em investimentos, geração de mais de 18 mil empregos e a arrecadação de R$ 900 milhões aos cofres públicos do RN, segundo a Absolar.

Karla Régis: a energia solar é uma forma de economia para o futuro – Foto: Alex Régis

Karla Régis, de 44 anos, é fisioterapeuta e encontrou na energia solar uma forma de economia para o futuro. A usina instalada no bairro Pitimbu, em Natal, hoje abastece três pontos: a clínica profissional e a residência própria, além da morada da mãe. Até executar a instalação, a profissional chegou a orçar com pelo menos três empresas. “Hoje a economia é em torno de 50% devido ao financiamento. As pessoas estão sempre perguntando da minha adesão”, relata.

Os benefícios acumulados pela usina solar vão além da economia na conta de luz. A Absolar estima que imóveis com instalação fotovoltaicas têm uma valorização de até 10%. “O avanço da geração própria de energia solar fortalece a sustentabilidade, alivia o orçamento das famílias e amplia a competitividade dos setores produtivos brasileiros”, explica Rodrigo Sauaia, CEO da Absolar.

Para adquirir uma usina de energia solar, o cálculo do orçamento é realizado a partir do gasto comum dos locais que serão abastecidos. Durante a escolha da empresa, o consumidor deve ser minucioso, avaliando o histórico de projetos e a consolidação no mercado. Para isso, a Aper conta com uma cartela de associados de 30 empresas no Rio Grande do Norte, em que são avaliadas uma série de critérios, como quantidade mínima de funcionários, existência de um espaço físico e projetos executados.

“O principal fator de crescimento pode ser atribuído à queda no preço dos equipamentos, o que tem proporcionado retorno ainda mais rápido para os investimentos”, explica Cássio Maia, presidente da Aper.

Esse cenário é confirmado por Karla Simone, 49, que constata resultados efetivos de economia. Com a usina instalada no bairro de Lagoa Azul, em Natal, ela abastece três pontos: uma residência e um apartamento da família, além da casa da mãe. A estimativa é que o retorno do investimento esteja completo no período de três anos. “Nossa decisão foi baseada no custo-benefício. Não só no valor, como também na qualidade do material e suporte antes, durante e após a instalação”, conta satisfeita.

Lenilson Mendonça, 52, possui três usinas em diferentes endereços. Na residência em localizada no bairro de Nova Parnamirim, na região metropolitana de Natal, o administrador possui energia solar desde 2018 e em junho de 2024 realizou uma nova ampliação, puxado pelo aumento de consumo. Nos períodos de verão, ele relata que a usina residencial tem uma geração entre 900 a 1.000kW, enquanto no inverno acontece uma baixa natural, registrando de 500 a 700 kW.

“Na residência a economia é de R$ 700,00 a R$ 800,00 mensais, pois com a instalação da usina passamos a utilizar mais eletrodomésticos elétricos gerando também economia na aquisição de gás de cozinha. Em 24 meses já obtive o retorno projetado”, explica. Com a satisfação constatada, Lenilson conta que amigos e pessoas da família também decidiram aderir à instalação de uma usina fotovoltaica.

Os indicadores de evolução da energia solar no Estado animaram o mercado, que no fim de 2022 percebeu uma estabilização nas conexões, devido ao início de uma nova legislação sobre a energia solar. “Desde o último trimestre de 2023 voltamos a acompanhar um crescimento constante e com as condições de preço dos equipamentos em um patamar atrativo, o acesso à crédito em condições razoáveis e a tendência constante de aumento no preço da energia elétrica faz com que a atratividade do investimento em energia solar se mantenha crescente”, conta o presidente da Associação.

Ainda de acordo com Cássio Maia, o crescimento pela demanda de carros elétricos pode impulsionar a aquisição de sistemas fotovoltaicos nos domicílios potiguares, associando ao aumento da necessidade do uso de energia elétrica. Para 2024, considerando a projeção de volume de projetos e preço dos sistemas atuais, a APER estima que a geração distribuída no Rio Grande do Norte alcance a marca de R$ 500 milhões.

Instalação de energia solar exige cuidados

A instalação de energia solar é uma decisão que exige critérios além da venda, considerando um bom suporte posterior e a necessidade de manutenção e acompanhamento ao longo dos anos da usina. Hoje, a estimativa é que os módulos solares possuam uma durabilidade média de 25 anos, podendo chegar a 30 anos quando bem executados.


Para a adesão ao sistema residencial, o consumidor investe a partir de R$ 7 a 10 mil, dependendo do consumo da residência e da projeção para o futuro. Quanto mais eletrodomésticos e pessoas no espaço, maior será o valor pago para a aquisição da energia solar. Com expertise no mercado desde 2015 e com aproximadamente 3 mil projetos executados, a Megga Solar tem um processo facilitado para obtenção de usinas solares residenciais.

Gabriela Oliveira, sócia-proprietária de Megga Solar, explica que os prazos são pensados para agilizar a economia do consumidor. “Depois de sete dias após a aquisição, o material já está na casa do cliente e temos até 45 dias corridos para fazer a instalação. Se for um financiamento bancário, eles dão a partir de 90 dias de carência, então o sistema já vai estar ligado antes dele começar a pagar”, explica.

Na aquisição da usina com pagamento à vista são ofertadas condições diferenciadas pela empresa, além da disponibilidade de parcelamento em até 12 vezes sem juros no cartão. Nos casos em que for necessário financiamento, bancos parceiros são acionados em busca das melhores taxas bancárias.

A quem decide se tornar consumidor de energia solar e gasta a exata geração de energia proporcionada pela usina, ainda é necessário o pagamento uma taxa mínima mensal à concessionária do referido Estado. Normalmente, o valor envolve o valor de kWh pela cota indicada de acordo com o modelo de alimentação, além da taxa de iluminação da cidade.

Fonte Tribuna do Norte

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