Policia

Investigado por fraude milionária em Natal, médico tinha montado consultório em Mato Grosso

Médico Diego Sampaio recebia valores para investir com promessa de lucros, mas clientes se disseram lesados. Sogra está entre supostas vítimas | Foto: Reprodução/Redes sociais

O médico potiguar Diego Sampaio, preso nesta quinta-feira (7), havia montado um consultório de oftalmologia em Tangará da Serra, município no Mato Grosso, onde fazia atendimentos oftalmológicos. O local, assim como o apartamento onde ele morava, foi alvo de mandado de busca e apreensão. As informações foram confirmadas à TRIBUNA DO NORTE pela Polícia Civil do MT. O oftalmologista é investigado por liderar um suposto esquema de fraude financeira que teria movimentado mais de R$ 30 milhões, com dezenas de vítimas em Natal.

Nas buscas, os policiais apreenderam um computador, um celular, um veículo e diversos cartões de diferentes bancos. O mandado de prisão preventiva de Diego Sampaio foi expedido pela 6ª Vara Criminal da Comarca de Natal. Já a busca e apreensão foi decretada pela Secretaria Unificada da 3ª e 11ª Vara Criminal de Natal e Rio Grande do Norte.

As ações fizeram parte da “Operação Olho Grande”, deflagrada pela Polícia Civil do Rio Grande do Norte, com cumprimento de mandados judiciais também nas cidades de Natal e Brasília/DF. A corporação potiguar informou que, durante o cumprimento das medidas, foram apreendidos bens de alto valor, sem comprovação de origem lícita e incompatíveis com a renda declarada pelo investigado.

“Eu tenho 17 anos de medicina. Nunca tive um processo como médico. Então, não tenho nada a esconder nem a omitir. Eu estou disponível à Justiça e à imprensa para demonstrar que eu sou inocente. Não teve essas acusações de pirâmide financeira. Existem extratos, documentos bem claros que podem comprovar isso. Não existe em hipótese nenhuma chance de fuga ou algo do tipo porque eu já trabalho aqui há um ano e meio, eu já sou consolidado na cidade”, disse Diego Sampaio, em entrevista na delegacia.

As investigações apontam que o médico captava recursos de terceiros sob a promessa de investimentos no mercado financeiro, com promessas de altos rendimentos. Contudo, não há indícios de que os valores tenham sido efetivamente aplicados. A análise da quebra de sigilo bancário, realizada pela DRLD, revelou movimentações financeiras atípicas, saques em grande volume, ausência de repasses às vítimas e inexistência de saldo expressivo nas contas vinculadas ao investigado.

O inquérito policial segue em andamento, com apuração dos crimes de lavagem ou ocultação de bens, direitos ou valores, entre outros delitos conexos.

A Polícia Civil do RN atuou na operação por meio da Delegacia Especializada em Defesa do Consumidor (Decon), com apoio da Delegacia Especializada na Repressão à Lavagem de Dinheiro (DRLD). A corporação solicita que informações que possam colaborar com investigações sejam repassadas, de forma anônima, por meio do Disque Denúncia 181.

Fonte: Tribuna do Norte