Outubro Verde chama atenção para prevenção da sífilis
O 19 de outubro marca o Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita e mobilização mensal dedicada às ações de enfrentamento e prevenção da doença, batizada de Outubro Verde.
Entre as ações previstas no Rio Grande do Norte, a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), por meio do Programa Estadual de IST/AIDS e Hepatites Virais, realiza, no próximo dia 22, a oficina “Debatendo as notificações de sífilis congênita”, tendo como público-alvo os núcleos de vigilância das maternidades de Natal, no intuito de qualificar as informações nas notificações.
No início deste mês, a Sesap publicou uma nota de recomendação, orientando sobre importância da ampla divulgação das informações relacionadas à doença. A nota também é direcionada aos serviços de saúde, tratando da disseminação do tema nas atividades de educação em saúde, bem como a testagem para sífilis e demais infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) sempre que adequado.
Além disso, o programa publicou um boletim epidemiológico da sífilis, com o objetivo de divulgar informações que possam subsidiar o planejamento, a avaliação e execução das ações de vigilância, prevenção e enfrentamento à doença no RN.
O estado, em 2023, notificou 2.928 casos de sífilis adquirida. A transmissão ocorre pela relação sexual desprotegida, pelo contato com sangue contaminado e da mãe para o bebê durante a gestação. As principais formas de prevenção são a testagem regular e o uso de preservativo durante as práticas sexuais, já que a sífilis é uma IST causada por uma bactéria.
Não existe vacina contra a sífilis. É uma infecção curável, com tratamento relativamente simples, mas pegar uma vez não promove imunidade. Isso significa que as pessoas poderão ser reinfectadas se forem expostas novamente. O tratamento é feito com antibióticos e deve ser acompanhado com exames clínicos e laboratoriais para avaliar a evolução da doença e estendido às parcerias sexuais. Quando não tratada precocemente, pode evoluir para uma enfermidade crônica com sequelas irreversíveis em longo prazo.
Cenário epidemiológico da sífilis no RN
O Rio Grande do Norte, entre 2013 e 2023, apresentou 16.313 casos confirmados de sífilis adquirida, 7.411 casos de sífilis na gestação e 5.233 casos de sífilis congênita.
Nos últimos 10 anos, dos casos de sífilis adquirida identificados, 9.659 (59,2%) eram do sexo masculino e 6.654 (40,8%) do sexo feminino. Ressalta-se que gestantes, parturientes e puérperas com sífilis são notificadas na ficha de sífilis em gestante, dessa forma não são contabilizadas como casos de sífilis adquirida.
A distribuição dos casos segundo faixa etária mostra que a maioria ocorreu em indivíduos com idade entre 20 e 29 anos (36,8%). Nesse período, a faixa etária que apresentou maior variação, nos homens, foi a de 60 anos ou mais (2.572%) e, nas mulheres, maior crescimento foi observado entre 50 e 59 anos (989%).
As maiores taxas de detecção de sífilis adquirida, em 2023, foram observadas nos seguintes municípios, por região de saúde: Nísia Floresta, Baía Formosa, Lagoa Salgada e Tibau do Sul; Ceará-Mirim, Lajes, Riachuelo, João Câmara e Macau; São Fernando e Santana do Seridó; Lajes Pintadas; Água Nova; Natal e Extremoz (7ª região).
Sífilis em gestantes
Em 2023, no RN, foram notificados 1.086 casos de sífilis em gestantes, representando uma redução de 8,6% em comparação ao ano anterior. Já entre janeiro e agosto de 2024, foram notificados 631 casos de gestantes infectadas, valor inferior ao observado no mesmo período de 2023, quando foram identificados 784 casos.
Sífilis congênita
Entre 2013 e 2023, foram notificados 5.233 casos de sífilis congênita no Rio Grande do Norte. Já entre janeiro e agosto de 2024, foram notificados 322 casos de sífilis congênita, valor inferior ao observado no mesmo período de 2023, quando foram identificados 362 casos. Nestes 10 anos, foram declarados, no Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), 35 óbitos por sífilis em crianças menores de 1 ano. Entre janeiro e agosto de 2024, não houve registro de óbito por sífilis congênita.
Fonte SESAP/ASSECOM