Esporte

Bordadeiras do RN acompanham juntas abertura das Olimpíadas de Paris

Jailma Araújo bordando arte que será estampada em uniforme do Brasil na abertura das Olimpíadas — Foto: Reprodução/arquivo pessoal

Jailma Araújo bordando arte que será estampada em uniforme do Brasil na abertura das Olimpíadas — Foto: Reprodução/arquivo pessoal

“Tem aquela bordadeira que passa o dia inteiro em casa, que vive somente do bordado, que é a maioria. E tem aquelas que dividem, trabalham em outra coisa em um período e com o bordado no outro”, disse.

Nos últimos anos, segundo ela, com o apoio do poder público na divulgação e comercialização, “as oportunidades foram aparecendo e o bordado voltou a ser valorizado”.

“Isso motivou as nossas bordadeiras a acreditarem que o bordado é a oportunidade de melhorar a nossa qualidade de vida”, disse.

‘Realização de um sonho’

A bordadeira Jailma Araújo disse que esse momento é “a realização de um sonho” e que aguarda ansiosamente pela abertura. “Todo artesão, todo artista tem o sonho de ver o seu trabalho reconhecido, sendo valorizado”, disse.

“E ter conquistado um trabalho que foi desafiador, pela quantidade e pela importância que tinha esse projeto…ver que foi finalizado, que conseguimos realizar isso, é motivo de muito orgulho pro nosso município, pras nossas bordadeiras e pro nosso estado. É muita felicidade, é emocionante”, completou.

Roupa bordada pelas bordadeiras de Timbaúba dos Batistas — Foto: Marcel Merguizo/ge/ARQUIVO

Roupa bordada pelas bordadeiras de Timbaúba dos Batistas — Foto: Marcel Merguizo/ge/ARQUIVO

Cidade vive do bordado

Valdineide Dantas aprendeu a costurar e bordar aos 11 anos de idade com a mãe dela, hoje com 55 anos, que também é bordadeira. A história dela é um exemplo de como a atividade é imprescindível na economia de Timbaúba dos Batistas e como atravessa gerações.

De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do RN (Sebrae-RN), um terço de trabalhadores da cidade está na atividade do bordado.

Valdineide Dantas foi uma das bordadeiras do interior do RN que trabalharam na produção — Foto: Cedida

Valdineide Dantas foi uma das bordadeiras do interior do RN que trabalharam na produção — Foto: Cedida

“Nossa cidade é muito pequena e a renda principal vêm do bordado. Esse projeto ajudou várias famílias. O bordado é minha única fonte de renda”, contou a bordadeira Valdineide Dantas.

Muitas delas, assim como Valdineide, trabalham com a atividade na própria casa. Ela contou que a maioria das peças confeccionadas para as Olimpíadas passou pelas mãos dela, que foi responsável por colocar o desenho dos animais no tecido para depois serem bordadas por outras colegas – e por ela mesma. A última etapa foi a aplicação nas jaquetas – passo feito na fábrica da Riachuelo.

A avaliação final ficou por conta da presidente da Cooperativa das Mãos Artesanais de Timbaúba dos Batistas, Jailma Araújo.

“Eu avaliava cuidadosamente os pontos e as cores. Todas as peças precisavam ficar exatamente iguais nas cores e pontos e principalmente a expressão facial o mais realista possível”, contou.

Além das jaquetas jeans com os animais bordados, os uniformes também são compostos por saia, calças e camisetas com as cores da bandeira do Brasil. Tudo feito em fábrica e com matéria-prima reciclável.

Fonte G1RN

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